quarta-feira, outubro 22

DIANTE DO MEU BRASIL AMADO!

 
Bonita tarde meus amores lindos!

 Sintetizando, no final dessa postagem; um poema do poeta, Vinicius, qual tive a honra de conhecer pessoalmente. Penso que estamos num momento muito delicado, estamos as portas de uma transição, seja ela para um novo eleito ou a permanência da atual Dirigente Soberana do nosso país.

Estou envergonhada por ver e ouvir, e tentar entender o pouco que poss
o, constrangimento da pregação, de discursos desproporcionais ao linguajar, ou seria a nossa ignorância?!!!! Não vou omitir que não voto na atual, presidenta Dilma. Mas a mim, independente se será Aécio ou Dilma desejo integridade, comprometimento com a Democracia.

Sem que seja necessário considerar aqui os feitos dos pecados de cada um. A mim, interessa que a minha Pátria, os brasileiros muitas vezes sem culpa vivem num jogo social sujo, desfrutando a falta de respeito de todos os dirigentes de nosso país. Governantes estes eleitos por nós, dirigentes estes, todos, filhos de um BRASIL QUE FUGIU DA ESCOLA, quando a disciplina era DEMOCRACIA. Democracia é a forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo.

O fato de exercer esta função ou sei lá bem como se chama este cargo, não lhe dá o direito de ser FIGURANTE, quando a realidade se defronta com o impacto da desonestidade da falta de garantida a sua experiência de justeza!

A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal.

É um regime de governo em que todas as importantes decisões políticas estão com o povo, que elegem seus representantes por meio do voto. E este povo precisa ser respeitado sem o véu da infidelidade nacional

Vejo e leio manchetes terríveis, uns agredindo os outros, se crucificando quando o que falta é Educação Moral e Cívica, etc... falta dignidade e esta é incompatível com a intenção fraudulenta que estamos vivenciando.

Ontem, fui dormir cedo, não vi o debate; pois já sei em quem vou votar e entre os dois tenho a minha opinião, independente de merecedor de meus passos ou não. Mas entendo que votar não é uma aventura, é uma ENORME RESPONSABILIDADE.

Oh, meu Deus, tanta tristeza por ser tão iletrada e em meu coração tantas esperanças do Bem Maior para essas crianças, futuros governantes de seus próprios narizes, mas eles aprendem através dos EXEMPLOS de HOJE, elas serão os Dirigentes de amanhã. Essa visão não me encanta! - abraços


*****
Pátria Minha


 Vinicius de Moraes

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."

Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 383.

Beatriz Lobo: obrigado pela sugestão!
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário