quinta-feira, junho 1

VOU AO ENCONTRO DE UM ENCONTRO!

                                                
                                          Bonita vida meus  amores...

 Entendo que não deve  permanecer somente  conosco aquilo que pode ser repartido com os outros  de maneira gostosa. Aqui DEUS  Se faz  presente e tudo fica mais  bonito pra gente também...

Espero,  de  coração, que cada um  esteja conjugando os  seus  melhores verbos, ao se  emocionar com  essa  expressiva história. Eu  a recebi de um  amigo  querido que  sempre  me  surpreende  com  suas lições de vida. 
Não  sei quais são os  seus amores além dos  aqui registrados, mas com  certeza também começam  com a mesma admiração. Tempo e  ações exemplares desde os primórdios anos da sua  comunicação humana.  

Eu, vibrante por seu exemplo começo por esse  agradecimento mais  que  sinônimo  de gratidão, em nos ensinar com isso que nós  somos as pessoas mais importantes em nossa  própria  vida.

Mãos à  obra meus  amores... 

Linda caminhada de um jovem admirável.

Espero que gostem tanto quanto eu.

Depois  dessa conversa  silenciosa há muita luz pra se  caminhar feliz e sozinho  num  encontro de outro encontro existente dentro  de cada um de nós. 

Boa viagem... 

beijos 

 Roswyta

                              Eu estou feliz.
Meu nome é André e sempre quis escrever esta carta, pois vocês sempre lidam com os assuntos da idade. Tenho 83 anos e eu não entendo por que as pessoas reclamam ao envelhecer. Para mim, cada década da minha vida teve algo importante para me ensinar. Minha intenção era escrever uma história um pouco curta, mas vou contar exatamente como tudo aconteceu. É por isso que eu amei cada década da minha longa e boa vida:   
                            
 Minha primeira década de vida   (do primeiro aos 9 anos)...

Eu não lembro muito bem dos primeiros anos da vida, mas pude ver o quanto meus pais amaram aquele bebezinho. Este amor iluminava o rosto deles como fogueiras me aquecendo na fase em que comecei a andar. Minhas primeiras memórias são de uma fase de acolhimento, proteção e muita confiança. Nada mal para os primeiros passos da vida.
Dos 5 ao 10 anos, lembro que comecei a testar os meus primeiros limites, aprendendo sobre minhas limitações físicas ao correr, pular, cair e chorar - e então corria um pouco mais. Aprendi como um jovem corpo ainda puro e sem medo tem tanta ânsia de explorar o mundo. E eu fiz isso.
Foi um tempo mágico e maravilhoso, quando as lendas pareciam tão reais quanto o sol no céu. Casas abandonadas eram assombradas por fantasmas do passado, esperando para devorar garotos. A mágica fazia parte do mundo, e eu era parte dessa sensação tão mística. Aproveitei cada momento.
Na minha segunda década de vida 

                                       (entre os 10 e 20 anos)...

...eu me tornei QUEM SOU por dentro. O meu âmago foi criado pelas minhas descobertas na adolescência - ao olhar para a janela, ponderando as questões da vida e tentando montar as peças do quebra-cabeça que estava na minha mente. Eu sonhava com grandeza, riqueza e fama.
Eu senti meu coração palpitar forte aos 12 anos de idade, quando um lindo par de olhos azuis passou por mim na classe da sexta série. E lembro que meu coração se despedaçou aos 14 anos. Aos 17, encontrei o amor verdadeiro mas o perdi antes dos 20. Eu ainda penso nela em alguns momentos, perguntando-me como teria sido caso tivéssemos ficado juntos. Mesmo assim, estou muito feliz com quem eu escolhi.
Aprendi sobre amizade verdadeira e que, às vezes, precisamos sacrificar compromissos para ajudar um real amigo. Aprendi que isso tem um grande valor, e que ser leal a um amigo é algo do qual devemos nos orgulhar muito.
Durante esses anos, tive as primeiras noções do que era ser um homem - de como respeitar os mais velhos e dar assistência a pessoas mais fracas e com mais necessidades do que eu. Aprendi também a importância de proteger a minha família, assim como seu nome e reputação. Além disso, aprendi a ter cuidado com estranhos, pois muitos deles podem ter apenas interesses e não serem verdadeiros. Essas lições foram as que mais me definiram como adulto.

                       Mas na minha terceira década
                                                       (dos 20 aos 30)...

... eu me TORNEI um homem. Trabalhei duro, como nunca havia trabalhado antes, não porque me disseram que eu precisava fazer isso, mas porque queria construir a minha própria vida. Descobri uma forte motivação que me levaria em direção aos meus sonhos e objetivos. Encontrei pela segunda vez o amor verdadeiro, e dessa vez durou. Nós nos casamos quando eu tinha 25 e eu fui o homem mais feliz do mundo. Encontrei satisfação no meu trabalho, e também descobri uma ambição pulsante que me fazia seguir em frente. Trabalhei muito e reclamei algumas vezes, afinal sou humano, mas nunca desisti.
Aos 30, eu conquistei a minha posse mais importante e valiosa - minha família. Minha esposa e meus três filhos, duas meninas e um menino, quatro pessoas por quem eu daria minha vida, mas também digo que são essas as pessoas quem me fazem viver. Não são perfeitos, é claro, assim como eu, mas eu não os substituiria por nenhuma outra família no mundo. Pude ver meus filhos descobrindo as palavras, como havia acontecido comigo 20   anos, sentindo toda aquela ânsia de vida e descoberta.

                Os anos entre os 30 e os 50...

...passaram como um piscar de olhos! Minha família toda amadureceu. Meu filho se tornou um homem alto e cada vez mais seguro de si com o passar dos anos. Minhas filhas se tornaram rapidamente mais inteligentes do que eu, crescendo de uma forma adorável à maturidade.
Trabalhei duro nesses anos, enquanto via meus filhos amadurecem, assim com minha esposa. Meus filhos tiveram de tudo, mas aprenderam sobre o valor do trabalho. Vi minha esposa crescer em sabedoria, e sinto-me muito grato e feliz por ter essa mulher ao meu lado por tanto tempo. A sua mão firme muitas vezes não permitiu que eu caísse em momentos desafiadores.

Meu corpo começou a doer mais e eu vi que não podia fazer as mesmas atividades que fazia quando era mais jovem. Admito que isso me deixou um pouco triste, mas depois fiquei bem, pois são limitações que você precisa aceitar, e eu estava bem amparado pela minha família.
Vi meus filhos escolhendo e seguindo seus caminhos, ao descobrir o amor, suas habilidades e limitações. Fiquei muito orgulhoso de cada um deles, e ainda sou.

                            Entre os 50 e os 70...

...parece que os anos passaram ainda mais rápido. Ao olhar-me no espelho, vejo que o meu rosto mudou. Tornou-se um rosto maduro, com marcas de expressão, como se um mapa tivesse sido desenhado em meu rosto, marcando todos os anos de memórias, conversas, experiências e sonhos.
Meu corpo doía ainda mais, mas meu coração disparou quando meus filhos criaram suas próprias famílias. Eu me tornei um avô, encantando-me ao ver duas gerações criadas com o nosso amor - meu e de minha esposa. Senti um grande orgulho de ser o patriarca dessa família.
Diminuí o ritmo do trabalho e passei a aproveitar mais o tempo, afinal já tinha me dedicado muito e queria aproveitar. Brincava com meus netos, dividia e auxiliava nas responsabilidades com meus filhos quando eles precisavam de ajuda, e vivi intensamente os últimos momentos com a minha esposa, até que o câncer a levou embora. Não vou mentir - foi o momento mais difícil da minha vida, e eu não sei se teria suportado se não tivesse o apoio da minha família - eles estavam ali para mim e tivemos uma linda vida juntos. Tive que deixá-la partir, pois em meu coração eu sei que um dia vou reencontrá-la. 

Entre os 70 e os 80...

     ...eu finalmente encontrei a paz na velhice. Lutei contra isso por muito tempo, mas descobri que há grandes privilégios em se tornar uma pessoa madura, com mais conhecimento, graça e entrega. Ainda havia mais coisas para aproveitar - minha família cresceu, ficou mais numerosa. Passei a usufruir das novas tecnologias que antes não tinha tempo de usar. Eu me conectei a essa nova era, aprendi muito e ainda aprendo. É muito divertido, e me faz sentir-me jovem novamente. Tenho tempo de sobra para usufruir das coisas boas da vida - minha família, diversão, amigos e meus livros, que, assim como meus entes queridos, sempre me acompanharam nessa jornada, oferecendo-me apoio e sabedoria.

                                               Agora estou com 83 anos.      

         Sinto que ainda tenho tempo de sobra neste mundo, mas quando olho para trás, sinto que amei intensamente cada década da minha vida até hoje. Eu não pularia nenhuma delas, pois todas me proporcionaram muito amor, prazer e conhecimento sobre a vida. Sinto-me grato por cada ano da minha vida, e agradeço todas as noites, como se fosse uma despedida.

Em minha mente, minha esposa sempre permaneceu ao meu lado, e ainda posso ouvi-la falando de coisas que eu fiz. Meus filhos estão amadurecendo, aprendendo as mesmas lições que as minhas. Eu sorrio e os vejo seguir em frente, tendo em mente que tudo vai ficar bem.

Tenho meus interesses e hobbies, e aproveito tudo que a vida me dá. Sempre ouço meu velho corpo - quando ele quer descansar, assim eu faço, da mesma maneira ele me atende quando quero fazer as minhas atividades. Meus antigos medos e ansiedades, assim como pensamentos de tristeza, se foram. Eu agora vivo no presente, tanto quanto nunca vivi antes, mesmo que minhas memórias estejam sempre presentes. Estou vivo e tenho uma vida rica de bons valores para considerar.


                                                   Esta é a minha história.
Peço desculpas se soou sentimental demais, mas isso acontece quando você observa a própria vida. Espero que, assim como eu, todos entendam, aprendam e amem cada década de suas vidas. 
Deus os abençoe.
André.
 


André querido...
Parabéns por  ser tão bem preparado para enfrentar a  vida e  vencer os  momentos menos  feliz.
beijos
Roswyta