Bonita vida meus amores...
Entendo que não deve permanecer somente conosco aquilo que pode ser repartido com os outros de maneira gostosa. Aqui DEUS Se faz presente e tudo fica mais bonito pra gente também...
Espero, de coração, que cada um esteja conjugando os seus melhores verbos, ao se emocionar com essa expressiva história. Eu a recebi de um amigo querido que sempre me surpreende com suas lições de vida.
Não sei quais são os seus amores além dos aqui registrados, mas com certeza também começam com a mesma admiração. Tempo e ações exemplares desde os primórdios anos da sua comunicação humana.
Eu, vibrante por seu exemplo começo por esse agradecimento mais que sinônimo de gratidão, em nos ensinar com isso que nós somos as pessoas mais importantes em nossa própria vida.
Mãos à obra meus amores...
Linda caminhada de um jovem admirável.
Espero que gostem tanto quanto eu.
Depois dessa conversa silenciosa há muita luz pra se caminhar feliz e sozinho num encontro de outro encontro existente dentro de cada um de nós.
Boa viagem...
beijos
Roswyta
Eu estou feliz.
Meu nome é André e
sempre quis escrever esta carta, pois vocês sempre lidam com os assuntos da
idade. Tenho 83 anos e eu não entendo por que as pessoas reclamam ao
envelhecer. Para mim, cada década da minha vida teve algo importante para me
ensinar. Minha intenção era escrever uma história um pouco curta, mas vou
contar exatamente como tudo aconteceu. É por isso que eu amei cada década da
minha longa e boa vida:
Minha primeira década
de vida (do primeiro aos 9 anos)...
Eu não lembro muito bem
dos primeiros anos da vida, mas pude ver o quanto meus pais amaram aquele
bebezinho. Este amor iluminava o rosto deles como fogueiras me aquecendo na
fase em que comecei a andar. Minhas primeiras memórias são de uma fase de
acolhimento, proteção e muita confiança. Nada mal para os primeiros passos da
vida.
Dos 5 ao 10 anos,
lembro que comecei a testar os meus primeiros limites, aprendendo sobre minhas
limitações físicas ao correr, pular, cair e chorar - e então corria um pouco
mais. Aprendi como um jovem corpo ainda puro e sem medo tem tanta ânsia de
explorar o mundo. E eu fiz isso.
Foi um tempo mágico e
maravilhoso, quando as lendas pareciam tão reais quanto o sol no céu. Casas
abandonadas eram assombradas por fantasmas do passado, esperando para devorar
garotos. A mágica fazia parte do mundo, e eu era parte dessa sensação tão
mística. Aproveitei cada momento.
Na minha segunda década
de vida
(entre
os 10 e 20 anos)...
...eu me tornei QUEM
SOU por dentro. O meu âmago foi criado pelas minhas descobertas na adolescência
- ao olhar para a janela, ponderando as questões da vida e tentando montar as
peças do quebra-cabeça que estava na minha mente. Eu sonhava com grandeza, riqueza
e fama.
Eu senti meu coração
palpitar forte aos 12 anos de idade, quando um lindo par de olhos azuis passou
por mim na classe da sexta série. E lembro que meu coração se despedaçou aos 14
anos. Aos 17, encontrei o amor verdadeiro mas o perdi antes dos 20. Eu ainda
penso nela em alguns momentos, perguntando-me como teria sido caso tivéssemos
ficado juntos. Mesmo assim, estou muito feliz com quem eu escolhi.
Aprendi sobre amizade
verdadeira e que, às vezes, precisamos sacrificar compromissos para ajudar um
real amigo. Aprendi que isso tem um grande valor, e que ser leal a um amigo é
algo do qual devemos nos orgulhar muito.
Durante esses anos,
tive as primeiras noções do que era ser um homem - de como respeitar os mais
velhos e dar assistência a pessoas mais fracas e com mais necessidades do que
eu. Aprendi também a importância de proteger a minha família, assim como seu
nome e reputação. Além disso, aprendi a ter cuidado com estranhos, pois muitos
deles podem ter apenas interesses e não serem verdadeiros. Essas lições foram
as que mais me definiram como adulto.
Mas na minha terceira
década
(dos 20 aos 30)...
... eu me TORNEI um
homem. Trabalhei duro, como nunca havia trabalhado antes, não porque me
disseram que eu precisava fazer isso, mas porque queria construir a minha
própria vida. Descobri uma forte motivação que me levaria em direção aos meus
sonhos e objetivos. Encontrei pela segunda vez o amor verdadeiro, e dessa vez
durou. Nós nos casamos quando eu tinha 25 e eu fui o homem mais feliz do mundo.
Encontrei satisfação no meu trabalho, e também descobri uma ambição pulsante
que me fazia seguir em frente. Trabalhei muito e reclamei algumas vezes, afinal
sou humano, mas nunca desisti.
Aos 30, eu conquistei a
minha posse mais importante e valiosa - minha família. Minha esposa e meus três
filhos, duas meninas e um menino, quatro pessoas por quem eu daria minha vida,
mas também digo que são essas as pessoas quem me fazem viver. Não são
perfeitos, é claro, assim como eu, mas eu não os substituiria por nenhuma outra
família no mundo. Pude ver meus filhos descobrindo as palavras, como havia
acontecido comigo 20 anos, sentindo toda aquela ânsia de vida e
descoberta.
Os anos entre os 30 e os 50...
...passaram como um
piscar de olhos! Minha família toda amadureceu. Meu filho se tornou um homem
alto e cada vez mais seguro de si com o passar dos anos. Minhas filhas se
tornaram rapidamente mais inteligentes do que eu, crescendo de uma forma
adorável à maturidade.
Trabalhei duro nesses
anos, enquanto via meus filhos amadurecem, assim com minha esposa. Meus filhos
tiveram de tudo, mas aprenderam sobre o valor do trabalho. Vi minha esposa
crescer em sabedoria, e sinto-me muito grato e feliz por ter essa mulher ao meu
lado por tanto tempo. A sua mão firme muitas vezes não permitiu que eu caísse
em momentos desafiadores.
Meu corpo começou a
doer mais e eu vi que não podia fazer as mesmas atividades que fazia quando era
mais jovem. Admito que isso me deixou um pouco triste, mas depois fiquei bem,
pois são limitações que você precisa aceitar, e eu estava bem amparado pela
minha família.
Vi meus filhos
escolhendo e seguindo seus caminhos, ao descobrir o amor, suas habilidades e
limitações. Fiquei muito orgulhoso de cada um deles, e ainda sou.
Entre os 50 e os
70...
...parece que os anos
passaram ainda mais rápido. Ao olhar-me no espelho, vejo que o meu rosto mudou.
Tornou-se um rosto maduro, com marcas de expressão, como se um mapa tivesse
sido desenhado em meu rosto, marcando todos os anos de memórias, conversas, experiências
e sonhos.
Meu corpo doía ainda
mais, mas meu coração disparou quando meus filhos criaram suas próprias
famílias. Eu me tornei um avô, encantando-me ao ver duas gerações criadas com o
nosso amor - meu e de minha esposa. Senti um grande orgulho de ser o patriarca
dessa família.
Diminuí o ritmo do
trabalho e passei a aproveitar mais o tempo, afinal já tinha me dedicado muito
e queria aproveitar. Brincava com meus netos, dividia e auxiliava nas
responsabilidades com meus filhos quando eles precisavam de ajuda, e vivi
intensamente os últimos momentos com a minha esposa, até que o câncer a levou
embora. Não vou mentir - foi o momento mais difícil da minha vida, e eu não sei
se teria suportado se não tivesse o apoio da minha família - eles estavam ali para
mim e tivemos uma linda vida juntos. Tive que deixá-la partir, pois em meu
coração eu sei que um dia vou reencontrá-la.
Entre os 70 e os 80...
...eu finalmente encontrei a paz na
velhice. Lutei contra isso por muito tempo, mas descobri que há grandes
privilégios em se tornar uma pessoa madura, com mais conhecimento, graça e
entrega. Ainda havia mais coisas para aproveitar - minha família cresceu, ficou
mais numerosa. Passei a usufruir das novas tecnologias que antes não tinha
tempo de usar. Eu me conectei a essa nova era, aprendi muito e ainda aprendo. É
muito divertido, e me faz sentir-me jovem novamente. Tenho tempo de sobra para
usufruir das coisas boas da vida - minha família, diversão, amigos e meus
livros, que, assim como meus entes queridos, sempre me acompanharam nessa
jornada, oferecendo-me apoio e sabedoria.
Agora estou com 83 anos.
Sinto que ainda tenho tempo de sobra
neste mundo, mas quando olho para trás, sinto que amei intensamente cada década
da minha vida até hoje. Eu não pularia nenhuma delas, pois todas me
proporcionaram muito amor, prazer e conhecimento sobre a vida. Sinto-me grato
por cada ano da minha vida, e agradeço todas as noites, como se fosse uma
despedida.
Em minha mente, minha
esposa sempre permaneceu ao meu lado, e ainda posso ouvi-la falando de coisas
que eu fiz. Meus filhos estão amadurecendo, aprendendo as mesmas lições que as
minhas. Eu sorrio e os vejo seguir em frente, tendo em mente que tudo vai ficar
bem.
Tenho meus interesses e
hobbies, e aproveito tudo que a vida me dá. Sempre ouço meu velho corpo -
quando ele quer descansar, assim eu faço, da mesma maneira ele me atende quando
quero fazer as minhas atividades. Meus antigos medos e ansiedades, assim como
pensamentos de tristeza, se foram. Eu agora vivo no presente, tanto quanto
nunca vivi antes, mesmo que minhas memórias estejam sempre presentes. Estou
vivo e tenho uma vida rica de bons valores para considerar.
Esta é a minha história.
Peço desculpas se soou
sentimental demais, mas isso acontece quando você observa a própria vida.
Espero que, assim como eu, todos entendam, aprendam e amem cada década de suas
vidas.
Deus os abençoe.
André.
André querido...
Parabéns por ser tão bem preparado para enfrentar a vida e vencer os momentos menos feliz.
beijos
Roswyta
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