Meus amores, bonita vida!
*O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO*
Hoje, li esta crônica linda, sentimental e realista.
Hoje, li esta crônica linda, sentimental e realista.
Vamos fazer aqui um exercício de livre retorno à nossa infância.
Pois bem, a Senhora Vida não é um ser sem alma.
Suas vontades são mais perspicazes do que os filhos privilegiados por suas graças divinas, são cuidadas com cor, flor e amor em sombria pintura em narrativas inigualáveis.
Não há autoridade das criaturas humanas designadas que pisoteiam o seu ego, na maioria das vezes seus reais interesses atracam em um porto Sagrado, de fé e nos aromas de amores...
Seu coração tem uma comunicação humana as amor fraterno, da solidariedade universal e da justiça. Mestre que está ali para nos ensinar com isso que nós somos as pessoas mais importante em nosso própria vida.
Talvez ainda não nos conscientizamos que somos herdeiros diretos dessa sábia Mãe Natureza .
Talvez ainda não nos conscientizamos que somos herdeiros diretos dessa sábia Mãe Natureza .
Qual o tempo dela mais importante, para conjugar os verbos dos contos, versos, poemas, poesias e cantorias de sua caminhada?!...
Ah meus amores a gente vai ter que dar conta de conjugar os nossos verbos, começando pela primeira pessoa do singular, em todos os tempos, tantos aqueles que signifiquem momentos e coisas felizes ou menos alegres, de sucessos, de perdas e vitórias.
Dos seus valores e das coisas que gostamos e nos encantam na segurança vivida em frente uma família que sempre nos ofereceu o melhor do sorriso, o choro, a simplicidade, a insistência romântica da ansiedade em ser feliz.
Ao ler essa crônica, ela me transferiu para lugares maravilhosos, períodos de risos e choros, de alguns passinhos em falsos pela idade e imaturidade, mas muito rico de lembranças e aprendizado.
Amores, na realidade não estou postando essa *Grandeza* de José Antônio Oliveira de Resende, para falar de minha experiência de vida, e a forma como eu e meus irmãos fomos criados e encaramos essas relações afetivas no seio da família.
Abaixo está esse Amor Aprendiz amadurecendo a beleza de uma geração amassada e crescida pelo fermento soberano do AMOR.
Lê-la é um presente que lhes ofereço com muito carinho.
Beijos
Roswyta
Lucy Leão Nunes - 25.01.2017 · · Gata ou Pantera?!
Bem, peguei essa leveza de crônica no existente no facebook. Lucy é uma menina, amada amiga, fomos vizinhas e colegas de colégio. Quero dizer que frequentar sua casa era um celeiro aprendiz ainda no labor do nosso engatinhar pelas aventuras desse mundão de DEUS! Mas, isso é assunto para divãs e mestres em psicologia, terapias para outro momento... somos até hoje amigas-irmãs, enfim, desse tempo que a geração atual pouco sabe o que é realmente ser feliz e livre. Grata por esse glorioso momento. bjs
*O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO*
domingo, 21 de fevereiro de 2010 - José Antônio Oliveira de Resende
Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.. – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável! A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia: – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança.... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade... Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa.. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite. O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: – Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite... Que saudade do compadre e da comadre!
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José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.
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