sábado, fevereiro 20

UMBERTO ECO BOA VIAGEM!







                                                    Bonita vida meus amores!


Pois  é  o  dia  hoje  amanheceu com uma luz diferenciada... violeta certamente.

Brilho   para iluminar a estrada do  além!

 Umberto Eco,  pegou  seu  passaporte e  partiu....

Gosto  de  suas obras,  ficamos amigos.

Assim  nos  sentimos  quando comungamos  as emoções e  ideias  dos escritores.

Essa relação  bonita e pura,  criamos laços,  quando a amizade se acompanha de intimidade profunda.

Oculta.

Silenciosa.

Alcançamos um nível elevado embora, jamais nos tenha olhado olhos nos olhos.

Apenas de coração para coração, não é Humberto??!!

 Um dia Buscaglia resolveu ir-se num 12 de junho, no dia dos namorados.. certamente em homenagem por nosso amor platônico.

Depois Rubem Alves..

Ontem você??!!

Silêncio, amor à nossa existência tão rica e silenciosa responsabilizando as nossas noites lindas por boas prosas. 

  Pois é, não acredito na morte, assim, continuaremos de mãos dadas vivendo e aprendendo com você...

Paz!!!

  - beijos - 
                                
  " O AMOR NÃO EXISTE SEM CIÚME -

 Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme. 

 Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente.

Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe - bem sabendo que não é verdade - não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros.

O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível. 

 Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme, aliás só pode obter o prazer ampliando a sua própria dor, e sofrer pelo ampliado prazer de que se sabe excluído.

Os prazeres do amor são males que se fazem desejar, onde coincidem a doçura e o martírio, e o amor é involuntária insânia, paraíso infernal e inferno celeste - em resumo, concórdia de ambicionados contrários, riso doloroso e friável diamante.


Umberto Eco, in 'A Ilha do Dia Antes' *

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